18.3.09

Estimado anónimo,

Antes de mais, quero agradecer-lhe as músicas que tem composto ao longo dos últimos séculos. O Romance de Amor e a letra da Lacrimosa são dois temas deveras interessantes. Os meus parabéns pela criatividade, pela largueza de estilos musicais, e, sobretudo, pela longevidade.

Mas a razão desta missiva prende-se com as conclusões do estudo que o senhor, caro cidadão anónimo, empregou no meu automóvel. Efectivamente, inferi que a viatura circula bem sobre alcatrão, calçada, terra batida, gravilha e, até, se bem me lembro, areia, mas que tem sérios problemas em andar sobre pregos.

De facto, vi-me forçado a remendar um pneu esta tarde. Talvez não seja boa ideia deixar os pregos espalhados pela estrada. Não é mau pensado lhes dar o uso para que foram criados. Chame-me picuinhas.

Aproveito para lembrar que estou ao seu dispor para qualquer outra experiência científica de tamanha pertinência. De igual forma quero frisar que «efectivamente», «de facto» e «de igual forma», que usei há pouco, não dão grandes significados às frases mas sempre passam a ideia de que percebo de qualquer coisa, qualquer que seja.

Ora, realmente, e de resto, não tenho nada a acrescentar.

Portanto, então, é assim: pronto.
 
post(o) por MF às 22:14