Deixas o quarto
e vais à sala espreitar atrás do sofá.
Mas aí já suspeitas
que os fantasmas não estão lá.
Vais à janela e ao olhares para fora
sentes que perdeste o teu centro.
E de repente descobres:
é a hora de olhares para dentro.
Porque há qualquer coisa
que não bate certo,
qualquer coisa
que deixaste para trás em aberto,
qualquer coisa
que te impede de te veres ao espelho,
e não podes deixar de sentir
que o culpado és tu.
Balada de um estranho, Jorge Palma