7.9.09
© Marcos Fernandes, Praga, 2009

O alter-ego deste blogueiro tem fotos novas em www.marcosfernandes.net.
Eu e ele esperamos que gostem.
 
post(o) por MF às 17:29
1.9.09
Ora, bendita hora em que a hera já era.
 
post(o) por MF às 16:51
24.8.09

And now for something completely different:
A man with nine legs.

Oh, blody hell! He ran away!


Monty Python's Flying Circus


E agora algo completamente genial: os melhores humoristas de sempre com o melhor sketch de sempre (e com um título sui generis):

The Funniest Joke in the World
 
post(o) por MF às 19:49
20.8.09
Se «ninguém tem 29 anos», têm todos banalidades?
 
post(o) por MF às 20:00
5.8.09
Nada a grama.
 
post(o) por MF às 17:00
4.8.09
Quem forma um formador de formadores? Hum?

E o suposto formador de formadores de formadores será excessivamente bem-educado?

 
post(o) por MF às 18:38
31.7.09

I pray for her who prays for me
A safe return to my belle France
We prayed these wars would end all wars
In war we know is no romance.


Done With Bonaparte, Mark Knopfler


Oh lá! E ho-la-la! Parece que Mr. Knopfler vai lançar novo disco em meados de Setembro. E ao saber isto deu-me vontade de ouvir o bom, velho, primeiro álbum a solo.

É curioso como o mestre da guitarra de isso não se gaba neste Done With Bonaparte mas, ao mesmo tempo, compõe o que compõe.

Já agora, deixo outro tema do mesmo disco: Je Suis Désolé.
Igualmente belle.

A bientôt!
 
post(o) por MF às 17:08
© Sally Mann
.
.
Há muito que não desvelava os anos. Dizia que tinha, tão só, «idade compreendida», sem entre nem antes nem adiantes.
.
- «Mas compreendida entre o quê?», insistiam.
- «Entre quem começa a compreender e desiste de o fazer», rezingava.
.
Era adolescente, sem dúvida, mas com ganas de maturidade. Os demais toleravam a altivez, já que a viam despontar para o desapontamento de jovem enamorada. Há alguns dias que a ouviam apregoar ais-de-mim, vidas-as-minhas, que jamais se voltaria a apaixonar. Sapiência de curta idade, talvez, ou primeiro rombo no lado esquerdo, intenso por inerência.
.
Ela tinha «andado» com o filho do saltimbanco durante duas eternas semanas e meia, lá desabafou à irmã mais nova, que pouco interesse viu na informação. O rapaz soube que o sexo oposto o conseguia deitar por terra, mas que a arte e o labor, aparentemente, o voltavam a elevar. E, assim, não teve problemas em subir às andas e dali andar para fora quando o circo baixou lonas. Já ela, nas lonas, fez descoberta diferente.
.
- «O amor eleva e parte... Maldito!»
.
E dele mal diria.
 
post(o) por MF às 00:07
29.7.09
Desassossego em confirmar se meti ésses a mais ou ésses a menos.
 
post(o) por MF às 14:19
10.7.09


Nunca deixes um estudante de Erasmus usar o teu computador. Eles mexem na configuração do teclado e depois não consegues fazer as cedilhas.



Bruno Aleixo
 
post(o) por MF às 19:22
7.7.09

Megafone passa. Anúncio de circo.
Megafone passa. Anúncio de tourada.
Megafone passa. Anúncio de comício.
Megafone passa. Anúncio de inauguração.

Megafone não passa.
Bom prenúncio.

 
post(o) por MF às 20:45
5.7.09
Poraquiporaliporondeirseguirporlaseguirparalasomenteir
seguiremfrentesempararconfiantedeencontraronucleodesse
dedalosemcentronemnexosomentecomplexoplenodequelhos
sinuososdesteegoardilosomasqueteimaemhesitareavança
sempensarefazartoscoaoesbarrarnailusaoeeissenaoquando
pensac’estlaviemonamivoltaatrasesegueantesporaliporaqui.
 
post(o) por MF às 18:00
29.6.09
150 anos de cadeia é pena de morte lenta ou prisão mais-que-perpétua?
 
post(o) por MF às 18:58
23.6.09
Do amor e do cansaço
que nos dias passo,
de um cansado ando,
do outro amo um tanto.

De um fujo,
-aí me encontro-,
no outro me perco,
perco e confronto.


Do amor e do cansaço
em que nestes dias me acho,
de um vou em vão, ai,
d'outro vau vem e vai.

Gelsominas fellinianas,
golightlys capotianas.
É delas q'ensejo embaraço
de amor e no cansaço.
 
post(o) por MF às 20:24
13.6.09

Um estudo diz que as mulheres têm melhores competências verbais que os homens.

Só tenho uma coisa a dizer aos autores do estudo: «dah!»

Conan O'Brien
(He's back!)
 
post(o) por MF às 15:57
8.6.09
© William Klein, Nova Iorque, 1955-56
 
post(o) por MF às 22:47
5.6.09
Reservado, eu?
Para quem?
 
post(o) por MF às 17:41
4.6.09
Falar e pensar? Não mas tem sido.
Pensar e falar? Mas não tem sido.
Pensar ao falar? Não consigo.

Não falar consigo? Nem pensar.
 
post(o) por MF às 21:45
26.5.09
Dei umas voltas e estou de volta.
 
post(o) por MF às 21:55
17.5.09
Vou ali e já venho.
 
post(o) por MF às 08:47
14.5.09

What's a mind? No matter.
What matter's? Never mind!


Homer Simpson
 
post(o) por MF às 21:03
5.5.09

Deixas o quarto
e vais à sala espreitar atrás do sofá.
Mas aí já suspeitas
que os fantasmas não estão lá.


Vais à janela e ao olhares para fora
sentes que perdeste o teu centro.
E de repente descobres:

é a hora de olhares para dentro.

Porque há qualquer coisa
que não bate certo,

qualquer coisa
que deixaste para trás em aberto,
qualquer coisa
que te impede de te veres ao espelho,
e não podes deixar de sentir
que o culpado és tu.



Balada de um estranho, Jorge Palma
 
post(o) por MF às 21:18
3.5.09
.
O que em nada compromete a Teoria da Selecção Natural.
 
post(o) por MF às 22:20
29.4.09
« "Deixa o teu marido", como diria o outro ».
 
post(o) por MF às 21:16
26.4.09
Magritte com chapéu
© Duane Michals


Isto também não é um cachimbo
 
post(o) por MF às 10:10
23.4.09


.

.

.

.

.

Sem título
Sem obra
 
post(o) por MF às 21:38
22.4.09
Dá ar de quem mata com o olhar mas, vistas bem as coisas, lança olhar de morte.
 
post(o) por MF às 20:15
20.4.09
Cuidado no cais!
Arrecuas?
Cais, cais...
 
post(o) por MF às 20:25
16.4.09

Olha, olha! Olha o primeiro single do último álbum!
Ouve, ouve! Ouve lá.


Funny the way it is,
Make you think about it.
Somebody’s going hungry
And someone else is eating out.
Funny the way it is,
Not right or wrong.
Somebody’s heart is broken
And it becomes your favorite song.


Funny the way it is, Dave Matthews Band



O novo disco vai sair a 2 de Junho e o single de apresentação está sacável gratuitamente no site da DMB.

Avaliação? Não é que seja o que já foi...

The day is gone,
I'm on my back,
Staring up at the ceiling.
Take a drink, sit back and relax,
Smoke my mind, make me feel
Better for a small time.

What I want is what I've not got
And what I need Is all around me.

Jimi thing, Dave Matthews Band


Tempos idos mas não esquecidos, os mais acústicos…

Enfim…

Nunca mais é Julho…
Nunca mais é Oeiras…
Nunca mais é Ao Vivo...

Tudo isto existe. Tudo isto é triste. Tudo isto é fado.

Ou o destino, vá.
 
post(o) por MF às 16:49
13.4.09
Well, while watching Wall-E, filling holes, heard The Wall and climbed the wall! Nice Walmart buy, neighbour done. Grabed the guitar, plugged the plug, jack in wah-wah, floyd rose, waggled the pic, and the hell with it! Now Floyd’s gone, waived goodbye, Hendrix style, Heaven smiles, hail to the king, halt the Waltz, the guitar wails, The Wall away, while Wally stands and stares. Hallelujah! Holly man, hold it there, Walk of Life, Knopfler’s jam, Chuckie’s duck walk, bluesman wild while doing the Whole Lot of Love. Whaoo Whee!
 
post(o) por MF às 14:51
12.4.09
Pequim, 2007
© Marcos Fernandes
 
post(o) por MF às 18:14
8.4.09
Toca-me, laroca,
Toca…
Mas não entras nem sais da minha vida.

Sai da casca! Deixa a toca!

Destacas-te.

Destoca-te…



[ Post antigo, perdido e achado no computador... ]
 
post(o) por MF às 21:15
7.4.09

What_the_FAQ_is_it?
In_doubt_click_on_fuck!
 
post(o) por MF às 20:36
5.4.09
No seguimento de isto, do que li aqui, e do que vi neste link, quero dizer algo a alguns, nomeadamente a este, este, e aquele: estamos de ligações cortadas.
 
post(o) por MF às 19:57
4.4.09
O cérebro anda com disco duro a menos e corre com RAM a mais.

Não me processem…
 
post(o) por MF às 17:33
26.3.09

Dressed up like a car crash,
Your wheels are turning but you're upside down.

You say when he hits you, you don't mind.
Because when he hurts you, you feel alive.

Oh, now, is that what it is?

Stay (Farway, So Close), U2

Stay with the Elevation Tour version. Away with the original!
Pode ser escutada aqui.

Mentira. Está aqui.

 
post(o) por MF às 21:12
25.3.09
De mente, de verdade.
 
post(o) por MF às 21:10
24.3.09
E não é que a vespa zumbiu um «zumba na caneca»!
Mais vale tarde do que nunca! E o zunzum tinha sido lançado…

A andorinha zinzilulou de desagrado. A rola gemeu.
O bezerro berrou. A baleia bufou.

O bode de Viseu –esse!-, disse que assim não balia!

O crocodilo chorou. O ganso gritou. A rã malhou.

Pobre vespa, que nem abelhuda era…

É que até a cobra se escondeu atrás de silvas...

O boi foi o único a dar urra à coragem vespertina que vespa tinha.


Já o cachorro anglófono ladrou mas nada disse. Late, pensou.
 
post(o) por MF às 22:01
21.3.09

---------ai…----------Ela...
sou apaixonado pela dona do tempo sem fim…

-----------------------pelado?
--ouah?!---------oh?!--------ah?!--------oh!?
----------------------------------------------------s(ss)im?!
-----------!--------------!-------------!------------!------------!

------------xô!
---------------na...-----------na…
------apaixonado…
só.
--------------------------------------------------------enfim…
 
post(o) por MF às 16:40
18.3.09

Estimado anónimo,

Antes de mais, quero agradecer-lhe as músicas que tem composto ao longo dos últimos séculos. O Romance de Amor e a letra da Lacrimosa são dois temas deveras interessantes. Os meus parabéns pela criatividade, pela largueza de estilos musicais, e, sobretudo, pela longevidade.

Mas a razão desta missiva prende-se com as conclusões do estudo que o senhor, caro cidadão anónimo, empregou no meu automóvel. Efectivamente, inferi que a viatura circula bem sobre alcatrão, calçada, terra batida, gravilha e, até, se bem me lembro, areia, mas que tem sérios problemas em andar sobre pregos.

De facto, vi-me forçado a remendar um pneu esta tarde. Talvez não seja boa ideia deixar os pregos espalhados pela estrada. Não é mau pensado lhes dar o uso para que foram criados. Chame-me picuinhas.

Aproveito para lembrar que estou ao seu dispor para qualquer outra experiência científica de tamanha pertinência. De igual forma quero frisar que «efectivamente», «de facto» e «de igual forma», que usei há pouco, não dão grandes significados às frases mas sempre passam a ideia de que percebo de qualquer coisa, qualquer que seja.

Ora, realmente, e de resto, não tenho nada a acrescentar.

Portanto, então, é assim: pronto.
 
post(o) por MF às 22:14
17.3.09
Não, não sou.

E recuso-me a falar mais sobre o assunto.
 
post(o) por MF às 21:42
8.3.09
© Paolo Pellegrin / MAGNUM PHOTOS
 
post(o) por MF às 22:36
4.3.09
E que tal passarmos a escrever Ortográfico com H? À maluca!
Há maluco…

Tipo “escrita à base de plantas”. Horto’, flor, e cultura desflorada.

Dacordo?
 
post(o) por MF às 21:50
3.3.09
Efeito paragem de montanha-russa, conhecem?
Ou, porque não, travagem a fundo mas com ABS?

Andam por aí os últimos minutos de trabalho todos os dias, sei lá ao fim de quantas horas extra. É o período em que arrumo a manhã informativa da rádio e preparo o sistema informático para a manhã seguinte.

Aproveito esse período, em que passo do Mach 3 dos noticiários para velocidade de cruzeiro de quem deita a língua de fora à ditadura da hora certa, para ouvir o que mora na playlist enquanto finalizo a labuta.

Ora, não é que hoje tropecei numa das minhas músicas preferidas, que não ouvia há longos anos!

Escusado será dizer que cheguei a casa e já ouvi e ouvi e ouvi e ouvi o tema sei lá quantas vezes.

When your belly's empty and the hunger's so real,
And you're too proud to beg and too dumb to steal,
You search the city for your only friend,
No one would you see.
You ask yourself, who'd watch for me?
A solitary voice to speak out and set me free.
I hate to say it, I hate to say it, but it's probably me.


It’s probably me, Sting


Recomendo a versão 2.0 da música, com o Clapton na Guitarra. Ei-la.
Só hoje vi o vídeo. Zippo como metrónomo… Eu sabia…

PS
«Eu sabia» também não tem o punch de «I knew it». Que coisa.

PS2
«Que coisa» mete «which stuff» a um canto, valha-nos isso.
 
post(o) por MF às 21:29
1.3.09

Penso que a televisão é muito educativa.
Sempre que alguém a liga vou para outra sala ler um livro.

Groucho Marx
 
post(o) por MF às 21:00
25.2.09
A menina Stanford saiu da «idade dos porquê» com mais dúvidas do que quando tinha entrado.

O «ID» passou a acusar maioridade mas a sentença ditou-lhe a «idade dos porque não». Deu muitas cabeçadas mas cresceu.

Hoje, a senhora Stanford sonha mais alto do que nunca e sonha que nunca é alto demais. Mas o certo é que se perde na «idade dos porquê eu»…

Que lhe afiancem resposta quanto antes!

Dona Stanford arrisca-se a chegar à idade terceira, «idade dos não sei porquê», com a cortesia do «por quem sois» mas o oblívio de quem é, de quantos anos tem, e de onde mora.
 
post(o) por MF às 17:51
24.2.09
Há pouco, numa pedra da calçada da Rua Augusta, um post it.

«Não se esqueça de sorrir».

Espezinhado.


Será que…
… quem é distraído macambuzia?
… quem macambuzia pisa?
… quem pisa não acha piada?


Sei-o sublime.


Quem discorde que atire a primeira pedra mas que não o tire da calçada.
 
post(o) por MF às 20:09
11.2.09
Arrrrranjei ma grrafonola,
Girrrra o disco e toc’o mesmo.

Arrrrranjei ma grrafonola,
Girrrra o disco e toc’o mesmo.

Qu’ié ma côsa muit’ pachola.



Ronrrrona qu’ som de fundo,
Girrrra o disco e toc’o mesmo.

Ronrrrona c’om som de fundo,
Girrrra o disco e toc’o mesmo.

Diz qu’ sabe quié d’ rruído rrrosa.



Pe te Te, faz pe te, estilhaço!
Girrra o disco e toc’o mesmo.

Pe te te, Pe te, faz estilhaço!
Girrra o disco e faz o mesmo.

Disco gira, salta comp… asso.



Diz torrrrce nos agudos,
Girrra o disco e toc’o mesmo.

Distorce no aguUUUudo,
Girrra o disco e toc’o mesmo.

Ouço o sultans pelo canudo!


Arranjei uma grrrafono… grrafono… grrafono…

grrafono… grrafono… grrafono… grrafono…
grrafono… grrafono…
grrrafono... ...
...
 
post(o) por MF às 18:26
10.2.09
Xxx-te e xxxx-te.
 
post(o) por MF às 22:42
8.2.09

My head is spinning round,
my heart is in my shoes.

I went and set the Thames on fire,
now I must come back down.

She's laughing in her sleeve, boys,
I can feel it in my bones.

But anywhere I’m gonna lay my head
Im gonna call ‘my home’.

Anywhere I lay my head, Tom Waits
 
post(o) por MF às 12:03
7.2.09
«Coisas» é desprezado face a «stuff», não é?... É que nem no plural, onde atinge o mesmo significado, lhe chega aos calcanhares. É injusto. Imaginem um traficante de droga apregoar «coisa boa» em Portugal… Que coisa.

Quando bem aplicada, «coisas» tem mais força do que muita parlenga. Até mais do que o «silêncio de morte». «Coisas» diz tudo e não diz nada… Coisas…

Isto para dizer que este post, para variar, vai abordar coisas. Grande coisa.

Comecemos por Dave Matthews Band. Vão ao Alive, em Oeiras, Julho. Eles e eu. O resto vai ser paisagem. Talvez repare que tenho amigos ao lado no intervalo das músicas. Ah! E espero que o Dave toque coisas do álbum Busted Stuff. «Ele há coisas»...

Sei de um estudo aturado que aponta que é impossível não venerar Dave Matthews. Investigadores de renome, e sobrenome, concluíram tal e qual depois de tocar vários álbuns a 10 ratos de laboratório, 20 chimpanzés, e 50 pessoas de vários pontos do globo. Esta última amostra foi aleatória e estratificada por idade e género, e recolhida dentro do clube de fãs. Ninguém arredou pé da aparelhagem. Havia bananas insulares e Roquefort como aperitivos. O estudo deve ser publicado na revista Science ou na Blitz. Talvez no Dica da Semana, não sei…

Por falar em Dica da Semana, eis uma: deixem de entupir a minha caixa de correio, ok? Obrigado.

Pensamento repentino: «silêncio de morte» não tem não tem paralelo na língua inglesa, pois não?! Eles que take it and wrap it!

Tenho que ir almoçar... Tenho que lavar as toalhas da casa-de-banho… Tenho que arranjar bases para copos… Não tinha que partilhar isto…

Reservei esta frase do post para dizer que fui verouvir miss Redshoes ontem à noite à baixa da Baixa. Encantado… Muito.

E pronto, já que se fala de música e coisas, nada como lembrar um pedaço de genialidade, por Arnaldo Antunes e Gilberto Gil.


As coisas têm peso, massa, volume, tamanho, tempo, forma, cor, posição, textura, duração, densidade, cheiro, valor, consistência, profundidade, contorno, temperatura, função, aparência, preço, destino, idade, sentido.
As coisas não têm paz.


«Ele há coisas» tem semelhante em inglês? Hum.. Aí eles ficam a ganhar.

Está tudo? Sim? Então até mais.
Beijos e abraços,
M
 
post(o) por MF às 14:14
3.2.09

A realidade continua a arruinar a minha vida!

Calvin para Hobbes
 
post(o) por MF às 22:53
2.2.09
Era uma vez personagens que viveram felizes para sempre.
 
post(o) por MF às 21:51
31.1.09
© Saul Leiter (fotografia)


Ardósia lamentava a vida. E a vida ignorava-a, naquele jeito de quem não se preocupa por tudo ser e nada querer saber. Ardósia lia duas páginas, pousava o livro, e perdia-se em evocações. Ainda desconcentrada, forçava o regresso à leitura, para se render em meio tempo. O pensamento, vagabundo, pairava algures, nenhures em Ardósia. A concentração resvalava sempre para o ardor de falar com Mr. Bluemoon…

Ardósia desistiu do livro, pousou-o sob a dobra do jornal, e arriscou, antes, a escrita. Esgrimia ideias no ar mas ao pousar a caneta nada. E se lhe escrevesse uma carta? A razão gritava não mas o desejo resmungava talvez. Dedicar-lhe um poema? Escutara epopeias desesperadas de quem expôs sentimentos a estranhos mas nunca tivera boas-novas, de finais felizes. Convidá-lo a sentar, para um café?... A vida tinha sido curta demais para ser farta e não queria desperdiçar oportunidades, se bem que também se prospera com perdidas, apregoam anciães fora de tempo… Mas, fosse por onde desse, o dito senhor estava em mente e não presente.

Renunciou à escrita antes de a começar. A melancolia não dava para mais, sobrava para nada. Queria canalizar o sentimento no papel mas apenas se projectava na folha incólume. Ardósia, ao contrário do que desejava mostrar, era tábua rasa…

Ali continuou, reclinada e inerte, sem apoio de dobras de braços que a pequenez da mesa a isso reprimia. Contemplar o rodeio também era sol de pouca dura. Se alguém a si encaminhava, Ardósia pestanejava em câmara lenta, girava e encolhia a cabeça, entartarugando-se. Não passava de um grande muro de lamentos.
 
post(o) por MF às 16:55
29.1.09
- M Bem disposto?!
- H Posto.

- M (!!...) Disfuncional…
- H Funcional.

- M (!) Distorce…
- H Torce.

- M Distrai!
- H Trai!

- M Disputa?!
- H Não digo.

- M Ah! Dispensável…
- H Penso que sim…

- M Disparate…
- H Pára-me!
 
post(o) por MF às 19:41
28.1.09
- Louça, oiça lá! Ou loiça, ouça cá?!

- Oi?!
 
post(o) por MF às 19:58
27.1.09
.
 
post(o) por MF às 19:18
26.1.09

Love, love,
Don't you know what it is?
Love, love,
Don't you know how it feels?
Love, love,
Don't you know how it looks?
Love, love,
Well, I know that it kills.



Love, what is it?, Rita Redshoes

 
post(o) por MF às 20:27
24.1.09
Macau, 2007
© Marcos Fernandes



Na intimidez da timidade
Não te oblatas, obliteras-te.
Ob-la ti Ob-la-ta,
La-la, como a vida continua cá!
 
post(o) por MF às 15:02
22.1.09
Fidel Castro Tens a certeza que eles ainda não perceberam?

Kim Jong-il Não! Não te apoquentes! Ainda há pouco o Elvis e o D.Sebastião me diziam que morrem a rir com a situação!
 
post(o) por MF às 21:53
21.1.09

Não leves a vida demasiado a sério porque nunca
sairás dela vivo.



Bugs Bunny
 
post(o) por MF às 22:56
20.1.09
A
M
O
R

M
O
R
A

O
R
A
R

R
A
R
O

Ora, oro por amor, que não mora, que é raro.
 
post(o) por MF às 22:11
19.1.09

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro, E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada P'ra esquecer (em vão) a amada, hoje entre hostes celestiais - Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,

Mas sem nome aqui jamais!

(…)

Fez-me então o ar mais denso, como cheio dum incenso Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais. «Maldito!», a mim disse, «deu-te Deus, por anjos concedeu-te O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais, O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!»

Disse o corvo, «Nunca mais».

«Profeta», disse eu, «profeta - ou demónio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais, A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo, A esta casa de ânsia e medo, dize a esta alma a quem atrais Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!»

Disse o corvo, "Nunca mais".

«Profeta», disse eu, «profeta - ou demónio ou ave preta! Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais, Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais, Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!»

Disse o corvo, «Nunca mais».



Edgar Allan Poe, The Raven (tradução Fernando Pessoa)
 
post(o) por MF às 16:04
16.1.09
Carta aberta a quem use envelope:

«Relamba.
Evite chatos desfechos
 
post(o) por MF às 19:34
15.1.09
O tinto, o tanto, e o tonto do tropa a mandar soprar o balão.
 
post(o) por MF às 16:51
13.1.09

Eleanor rigby picks up the rice in the church where
a wedding has been.

Lives in a dream.

Waits at the window, wearing the face that she
keeps in a jar by the door.

Who is it for?

All the lonely people,
Where do they all come from?
All the lonely people,

Where do they all belong?


Eleanor Rigby, The Beatles

Há que esclarecer algo, de uma vez por todas.
Vou fazê-lo em inglês, para chegar ao maior número de pessoas possível: Not only beetles would survive a nuclear war. The Beatles would also.

Apontem este Revolver as vezes que quiserem à minha cabeça.
 
post(o) por MF às 19:47
12.1.09
O idiota da aldeia conheceu a pateta alegre na loja do euro e oitenta.
Ele atrás do balcão. Ela do outro, pois então.

- “Quanto custa”, pergunta pateta.
- “Um euro e oitenta!”, resposta idiota!

Flecharam-se, quais cupidos…

Do amor dá ideia que nasceram pequenas alegrias.
 
post(o) por MF às 19:24
11.1.09

Não mudes quem és. Nunca te leves demasiado a sério.

E tem cuidado com conselhos de especialistas, porcos, e membros do Parlamento.


Cocas, o sapo
 
post(o) por MF às 22:30
9.1.09
© Martine Franck / MAGNUM PHOTOS


- Hand!
- And what?
- Hand in hand!
- Hand in and what?!
- End nothing! Just hand! And what were you wondering?
- What what?
- … Whatever…
- Ever what and hand what?
- Hold on… Hand over…
- And over what? Hand hold what? And over who will I hand what over?
- Watt never hold over or above…
- Which Watt?
- Wish nothing, whatever…
- Ever what?
- In the end, Watt never hold on to whatever he had in hand…
- What?!
 
post(o) por MF às 19:36
7.1.09
Serei esquecido?
Se me alertaram não me lembro.
 
post(o) por MF às 19:27
6.1.09
Serei distraído?
Se me avisaram não reparei.
 
post(o) por MF às 23:48
5.1.09
Lonely is the room, the bed is made, the open
window lets the rain in.

Burning in the corner is the only one who dreams he
had you with him.

My body turns and yearns for a sleep that will
never come.


It's never over, my kingdom for a kiss upon her
shoulder.

It's never over, all my riches for her smiles when
i slept so soft against her.

It's never over, all my blood for the sweetness of
her laughter.

It's never over, she's the tear that hangs inside
my soul forever.


Lover, You Should’ve Come Over, Jeff Buckley


Desconhece? Tss, tss...
Vá, clique lá aqui que eu finjo que não estou a espreitar...

 
post(o) por MF às 23:03
4.1.09
O Bolas, o Tolas, e o Colas não se davam. Nem se entregavam à causa. Desde sempre que eram vizinhos mas desde cedo escolheram desalinhos. Bolas era marrão. Colas era calão. Tolas estava a um passo da prisão. Bolas aspirava a doutor. Colas ambicionava futebol. Tolas pairava por aí. Bolas era bom de tola e lia muito. Colas entretia-se a jogar à bola. Tolas snifava cola e traficava coca. Colas chutava bolas e rematava de tolas. Tolas ainda se viciava em coca colas. Bolas era flor de estufa, ora bolas.
 
post(o) por MF às 23:45
2.1.09
Cá estamos, numa versão 0.2

O zero mantém-se à esquerda.
 
post(o) por MF às 19:06
30.6.07

Era assim o amor de Neary por Miss Dwyer, que amava um tal tenente-aviador Elliman, que amava uma tal Miss Farren de Ringsakiddy, que admirava apaixonadamente, e de longe, um tal Padre Fitt de Ballinclashet, que não podia, sem mentir, ocultar uma certa inclinação por uma tal Miss West de Passage, que amava Neary.

- O amor correspondido – continuou Neary- é um
curto-circuito.



Samuel Beckett, Murphy
 
post(o) por MF às 13:41
12.6.07
© Marcos Fernandes

Hoje estou melancolamuriante.
Apetece-me ouvir Little Wing, na versão Stevie Ray Vaughan.
 
post(o) por MF às 17:37
4.5.07
Nas urnas, pouca adesão.
No mandato, pouca aderência.
 
post(o) por MF às 19:18
29.4.07
Não me furto ao piro que me refurte o respiro.
 
post(o) por MF às 22:16
26.4.07
Pico o ponto .

Surpreso, exclama !

Picoitado ...
 
post(o) por MF às 19:29
25.4.07
Vive ali beldade de ex-pressão!
 
post(o) por MF às 13:10
22.4.07
Vila Franca de Xira, 2005
© Marcos Fernandes
 
post(o) por MF às 20:24
21.4.07
Só se sentia bom profissional de comunicação social por antítese, nas horas vagas, quando se apercebia que não tinha jeito para comunicar enquanto amador.
 
post(o) por MF às 19:21
9.4.07
«O meu reino por um cavalo», bradou o rei de espadas.
«O meu reino por pechisbeque», declarou o rei de ouros.
«O meu reino por um palito», clamou o rei de paus.
«O meu reino por um beijo», murmurou o rei de copas.

«O meu reino por um tasco em frente à paragem de autocarros, onde dê para meter o euromilhões, e mamar bejecas», berrou o rei dos frangos...
 
post(o) por MF às 21:04
6.4.07
Workaholic
Work in the holly week.
Wow! Caotic!
 
post(o) por MF às 20:41
5.4.07
Perdido na rua andava o Boato
A espalhar palavra sem que se acrescentasse ponto.
Desiludido, entra no boteco pacato
Para o bagaço lhe roubar o brio e o deixar tonto.

Ah… Que a sede e o amor são inoportunos:
O Boato fica preso nos olhos da Quadrilhice.
Entre copos de três e dois dedos de conversa tornam-se unos.
Deitam as palavras ao vento e abraçam a pieguice.
 
post(o) por MF às 19:44
3.4.07
E foi então que se apercebeu que finalizava ideias sem as ter começado.
 
post(o) por MF às 21:33
2.4.07



POSTAR


 
post(o) por MF às 20:05
29.3.07

Keep on knockin´, but you can´t come in.
I get to understand you been livin´ in sin,
But walk right in, woman, sit right down.
I will keep on lovin´ you; I play the clown.
But bend down low,
let me tell you what I know.

Bend down low, Bob Marley

[ versão do homem do baixo/guitarra de sete cordas: Charlie Hunter ]
 
post(o) por MF às 21:20
28.3.07

Na crista de ternura que alcei por ti aproveito para te murmurar boa noite.
Que no resvalo da onda me espraie à tua beira, na esperança do vaivém de beijos em maré de até sempre.

 
post(o) por MF às 19:26
27.3.07
Tic Toc
Trrrriimmmmmm
Aaahhh
Chhhhh
Mnham, mnham,
Clang
Vruuummm
Ftttt
Tequetequeteque
Piii…….Piiii……
Blá, blá, blá, blá, blá blá

Ufff

Tequetequeteque
Ftttt
Mnham, mnham
Vruummm
Blá, blá, blá
Vruummm
Mnham, mnham
Tequetequetequeteque
Mnham, mnham
OOOooooohhhh
iiIIIIeeeeeeeeeeuuuu pum
Zzzzzzzzz


E ao fim-de-semana lê bd’s do Batman…
 
post(o) por MF às 20:11
25.3.07
[ Acompanhe a post(a) com Queijo. Clique aqui ou algures lá atrás ]


Manhã

Acusou-o de ser marau.
- “Mau Maria! Eu?!”, estranhou, “Tu é que deves ser tola!”, replicou, em tom de comichão.
- “Isso é que é maranhão!”, vociferou, em contratempo, “Não espingardes só por ficares incomodado.” Auch... “Eu sou uma menina…”, rematou docemente.


Tarde

Ele podia dar ares da Vénus lhe ter dado corda ao nascer mas era embuste.
- “Se sou assim que vou fazer?”, questiona-se. O eco na cabeça não devolve uma resposta mas dissipa a pergunta… No fundo, ela sabe que ele não é o que aparenta. Já ele não passa de um totó de primeira apanha...


Noite

Viverão felizes para sempre.
 
post(o) por MF às 18:37
24.3.07
Hoje saboreei o risco da concentração digital.

Hoje vi a vida andar para trás ao julgar ter perdido a memória.

Hoje dei com o disco rígido com Alzheimer. E eu a perder o juízo.

Hoje a prova não se fundamentou! O veredicto: inocente!
 
post(o) por MF às 17:33
22.3.07
Alô!

Estás ai?

Aqui entre nós, bem que gostava de estar contigo.
Sinto que estou mas que não estás.
Bem que gostava que fossemos nós, ali ou aqui.


Ai está.

Olá!
 
post(o) por MF às 19:25
17.3.07
Vai buscá-la!

Toma! Toma!
Toma e embrulha!

Agora incha, porco,
que estás feito ao bife!

Estás frito! Frito!
Ardeste? Queimaste-te!

Vieste do pacote do talho via frigideira para o bucho.

Arrota!
 
post(o) por MF às 20:17
15.3.07
Nova Iorque, 1969
© Richard Kalvar / MAGNUM PHOTOS
 
post(o) por MF às 23:08
14.3.07
Era tão existencialista, tão gerontófobo, e tão nostálgico, que deixou de celebrar aniversários para passar a comemorar a efeméride do nascimento.
 
post(o) por MF às 19:48
12.3.07
O irónico é que à falta de inspiração

suspira-se.
 
post(o) por MF às 22:09
9.3.07
Amor à primeira vista: paixão súbita.
Amor sem fim à vista: paixão súbdita.
 
post(o) por MF às 18:20
8.3.07
Amor (s.m.) Acto e/ou Efeito do Próprio.
Amor 2 (s.m.) O Próprio.
 
post(o) por MF às 19:38
7.3.07
Aponto.
Atiro.
Alvejo.


Tiro ao Lvo

Aponto.
Atiro.
Alvejo.


Tiro ao vo

Alvejo.


Tiro ao v

Atiro.

Nada fica.
Nada mais tiro.
 
post(o) por MF às 22:33
6.3.07
Portugal, 1976
© Josef Koudelka / MAGNUM PHOTOS


Fazendo jus a clichés, uma imagem pode valer mais que mil palavras.
Há fotógrafos que –exagero!-, nunca chegaram a dizer tantas.
Este é um dos famigerados casos flagrantes.
À míngua de língua, tem olho d’oiro.
 
post(o) por MF às 17:14
5.3.07
A mulher da minha vida faz anos.
Faz anos que a mulher da minha vida os faz.
Que nos vindouros esteja a outra mulher da minha vida.
Que estes anos façam a outra mulher da minha vida voltar atrás.

Para já, parabéns mãe.
 
post(o) por MF às 23:57
4.3.07
A subtil fronteira entre a fascinação e a frustração de fazer rádio divide o bom trabalho que vai para o ar e o que vai ao ar.
 
post(o) por MF às 18:46
3.3.07
Como é que o gato deu o berro sem ter morrido?

(A Dona Chica deve é andar assustadiça...)
 
post(o) por MF às 18:24
2.3.07
Encerra na terça para descanso do pessoal.
 
post(o) por MF às 20:44
1.3.07
Cérebro amplo, com muita arrecadação por estrear. Tem área bruta. Localiza-se na zona alta, em área movimentada. Os acabamentos são medianos. Está em fase avançada de acabamento. Tem sinais de uso, particularmente intensivo nos últimos três dias. Um dono. Vista privilegiada para concertos de música.

Motivo: descanso.

Ou troco por vida de cão.
 
post(o) por MF às 22:09
28.2.07
Aprimora-se a prima
para a labuta diária:
labora de mini-saia.
Belo par de matéria-prima!

Prima-dona prime no ordinatário,
Prima pela qualidade do que presta.
Faz obras-primas em horas extra,
Absorta, no trabalho voluntário.

Quando a Primavera entrar,
Acaso se alterem hormonas,
androsteronas, testosteronas,
Prometo primar pelo esgar.

Há quem rime «quanto mais prima mais se lhe arrima».
 
post(o) por MF às 21:05
27.2.07
Moita, 2003
© Marcos Fernandes
 
post(o) por MF às 20:50
26.2.07
There must be some way out of here,
Said the joker to the thief.
Theres too much confusion
I cant get no relief
Business men they drink my wine.
There plowmen dig my earth.
None of them along the line
Know what any of its worth.
No reason to get excited,
The thief he kindly spoke.
There are many among us,
Who feel that life is but a joke
But you and I we’ve been through all that,
And this is not our fate.
So let us not talk falsly now,
The hour is getting near
And all along the watchtower,
Princes kept the view.
While all the women came and went
Barefoot servatnts too.
Out side in the cold distance,
A wild cat did growl la la la la la
Two riders two riders approaching,
The wind began to howl


All Along the Watchtower, Bob Dylan

Clique para verouvir a versão original

Clique para a versão de Hendrix

Clique para a versão de DMB

Clique para a versão de U2

 
post(o) por MF às 20:29
25.2.07
“Em graça de estado de displicência!…”,
declama o poeta.

“!… Diga o que disser, não há paciência”,
reclama o pateta.
 
post(o) por MF às 22:39
24.2.07
A noite fica abatida com a queda do sol.
 
post(o) por MF às 16:03
23.2.07
Ficar certo de ter aspecto duvidoso.
 
post(o) por MF às 10:20
21.2.07
Apanhei-me desprevenido e pulei,
Que o conforto de partilhar alegrias e manias
É supremo.

“Noque”, noquei; “Posso?”, entrei.
Deu luz verde.
Assomei, intermitente,
Contraído, contra seu despudor,
Retraído, traído em ardor.

Se Amar é entrega, a dor da queda clamava cautela.

Mas…
Se…

Ornatos, os lábios,
Os olhos, sábios,
Petiz, o nariz.

Se ziguezagueiam melenas,
Ao apear-se no cachaço,
Saúdam glúteos austrais.
Desnorte. Lindos. Acho.

Que fazer?

E se o peito é coisa séria.
- P’ra levar a peito, sem drama!-,
Candura se o estudo, se o tanjo.
Sou amigo da mama.

Por fim, o duo de pernas, que tudo ostenta...
… Os encantos de quem as conheça…

Nada a fazer.

Rendido ao belo, a alma entranhou-se-me no pêlo:
Seduziu-me a cogitação,
A empatia até mais não,
O eu de ela que me alucina.

Cai.

Erguer?
Jamais!

(Acto II)

Quando a julguei saber de cor,
Tomava inabalável a reciprocidade em seu cor,
Disse-me “Andor! Vais desta p’ra melhor!”
 
post(o) por MF às 17:24
20.2.07
Minamata,Japão, 1972
© W. Eugene Smith / MAGNUM PHOTOS


De regresso aos dizeres fotográficos, dizem que Gene Smith praticamente levou a melhor agência de fotografia do mundo à bancarrota.
Digo que foi provavelmente o fotógrafo mais zeloso com a sua missão.
Dizia que o W era de wonderfull.


http://www.photobookguide.com/review/w-eugene-smith/minamata/
 
post(o) por MF às 21:37
19.2.07
Regia-se sempre pelos signos. Não mexia uma palha sem consultar o mapa astral. A bíblia de valores era o horóscopo. Chocou a caminho do astrólogo. Com a pressa, falhou um stop.
 
post(o) por MF às 17:05
17.2.07
boa noite meninos não
não levantar da cama
não ir pé ante pé ver os pais ao
quarto diz que eles são quatro foles
agarrados uns aos outros ar
quejando diz que é o amor
ou quejando diz que é
o pai com uma coisinha assim
a meter um recado na caixinha que a mãe
tem diz que não que não é a da
costura que é aquela onde se
guardam os meninos antes de se poder
comprar o berço e eles poderem
nascer para o amor dos seus pais

Alexandre O’Neill, Canção de embrulhar
 
post(o) por MF às 20:10
16.2.07
Ter ouvido o meu barbeiro, mudo, tossir alto.
 
post(o) por MF às 17:29
15.2.07
.Oditnes mes ogla revercse em-uecetepa
 
post(o) por MF às 18:08
14.2.07
Deuteragonista 1- Já são horas.
Deuteragonista 2- Ainda não chegou.
Deuteragonista 3- Será que se esqueceu do encontro anual?
D1- Seria inédito.
D2- Nunca falhou.
D3- E é sempre o primeiro a chegar.
D1- Será que se passou algo?!
D2- Algo Mau?
D3- Algo incapacitante?
D1- Um acidente?
D2- Um assalto?
D3- Uma doença?
D1- Será que se perdeu nas horas?
D2- Perdeu o comboio?
D3- O táxi perdeu-se?
D1- E se ele não aparecer?
D2- Como equacionar o jantar de encalhados sem o mentor do grupo.
D3- Cancelamos?
D1, D2, D3- …
D1- Terá abandonado o clube que fundou?
D2- Terá deixado de ter razões para continuar?
D3- Terá encontrado a cara-metade?
D1, D2, D3- …
D1- Pulha!
D2- Biltre!
D3- Paspalho!
D1- Patife!
D2- Reles!
D3- Traidor!
D1- E o Deuteragonista 4?!
D2- Os dois ausentes…
D3- Estarão juntos?
Deuteragonista 4- Uff… Nem imaginam o que aconteceu ao Protagonista…
D1, D2, D3- Morreu de amores por alguém?
D4- Não. Foi pela falta.
 
post(o) por MF às 17:41
13.2.07
Quem consegue dizer atabalhoadamente à primeira, sem ser atabalhoadamente?
 
post(o) por MF às 20:08
12.2.07
Arachova, Grécia, 1988
© Nikos Economopoulos / MAGNUM PHOTOS


Dizem que há imagens que valem mais que mil palavras.
Digo que há algumas que me deixam sem nenhuma.
 
post(o) por MF às 18:35
11.2.07
Seria mais-que-perfeito, apesar do tempo incerto.
É imperativo, se bem que noutro modo.
Que seja o presente da nossa democracia.

Conjuguemos:

Eu referendo
Tu referendas
Ele referenda
Nós referendamos
Vós referendais
Eles referendam
 
post(o) por MF às 13:57
10.2.07
Ainda não cheguei à PDI mas dou comigo na PDL.
É que a PDS nem sempre me sorri.

Filha da P!
 
post(o) por MF às 12:20
8.2.07
Jovem. Tens entre criancice e 'adultice' ? Procuras uma carreira de sucesso?

Faças o que fizeres não alimentes parangonas como:

- Jovem inglesa morre nos Açores devido ao rebentamento de cinco sacos de cocaína no interior do corpo. O namorado está internado nos cuidados intensivos com overdose semelhante.

- Jovem brasileiro perde a vida no Porto depois de dois sacos de coca terem rebentado no sistema digestivo.

- Cinco jovens portugueses são supervisionados pela GNR em Santiago do Cacém enquanto evacuam quatro quilos de haxixe, sob efeito de laxante.


Ser correio de droga é uma porcaria. Na melhor das hipóteses, as saídas profissionais ficam-se pela cadeia ou pela prisão de ventre.
 
post(o) por MF às 19:11
6.2.07
A pérola é ostracizada ao ser retraíada.
 
post(o) por MF às 22:30
5.2.07
Preceito: comprei uma agenda para deixar de me esquecer de compromissos.

Dúvida: onde é que aponto que tenho que consultar a agenda?
 
post(o) por MF às 19:28
3.2.07
Nova Iorque, EUA, 1946
© Elliott Erwitt / MAGNUM PHOTOS

O espelho devolvia confiança a Maggie. Via-se bela. Mas a contemplação ia além da imagem, submergia no interior, atravessava a razão, e instalava-se na alma. Sentia-se acima dos demais enquanto ego. "Cada qual toma a presunção e a água benta que quiser", diria a sua avó, dama de porte, se ainda estivesse entre os que respiram.

A vaidade de Maggie ficava enclausurada em si. Raro a expunha. Era das que, entre paredes, podia acompanhar aos berros os vinis de Satchmo, despudorada, mas fitava o chão ao atravessar os passeios nova-iorquinos, com pavor do eye-contact. O culto da personalidade era praticado a solo, por Maggie. Sempre dera esgar de escárnio aos que emanavam vaidade mas que, frente ao espelho, não reflectiam mais que aparências.

O desconforto social de Maggie invadia o seu território, local de culto, à média de um Domingo por mês. A família irrompia casa dentro e apenas sossegava envolta à mesa de almoço. Maggie suspirava na iminência de Jeff surgir de rolleiflex em punho, a retratar todo o clã. Não estava para aquilo. Não aguentava a pose enquanto o fotógrafo perseguia o enquadramento das telas que vira em Paris, antes da grande guerra. Para mais, Maggie nunca compreendera o conceito de espelho com memória, apontado a essa caixa que tudo objectiva. Acreditava no mito, recém-secular, de que a fotografia roubava a alma ao retratado. “Foto só da cabeça para baixo. E quanto mais para baixo melhor!”, pensava.

Os pares nunca perceberam a fobia imagética de Maggie. De resto, era incompreendida na maior parte dos pranteios e devaneios. Sentia que apenas aquele ser tosco, com quem partilhava passeios e aconchegos, a entendia. O que, ao comum dos mortais, também era visto com estranheza, tendo em conta os caminhos antagónicos trilhados algures na evolução animal.

O dia da célebre foto foi excepção à regra. Maggie deixou-se retratar a pleno corpo. Vestiu-se a rigor e tudo. Só não subiu a saltos altos, como a dona companheira, que a condição de canídeo não lhe concedia tais voos. De resto, Maggie tinha vertigens.
 
post(o) por MF às 19:03
2.2.07
Era o único romântico original no Grémio Literário.
Enquanto outros plagiavam, ele admitia fazer copy-paste.
 
post(o) por MF às 19:40
1.2.07
Como admoestação propedêutica para qualquer arrazoado, tenha o obséquio de rememorar que nigricórneo é um significante torpemente eloquente.
 
post(o) por MF às 21:53
29.1.07
Mete o transístor no on, pá,
Que os men ‘tão no ar.

104.3 FM, em Lisboa
59.5 FM, no Porto
106.1 FM, em Faro

Os dias da rádio voltaram.
 
post(o) por MF às 20:14
28.1.07

Work ourselves, fingers to the bone
Suck the marrow, drain my soul
Pay your dues, and your debts
Pay your respects, everybody tells you
You pay for what you get

Everybody asks me how she's doin'
Has she really lost her mind?
I said, I couldn't tell you
I've lost mine

Words, words, words, have you heard
A bird in hand is much better than,
Any number free to wander
Fly away... Stay
You pay for what you get

Everybody asks me how she's doing
Is she really all she says...
Everybody asks me how she's doing
Since she went away
I said I couldn't tell you
I'm OK I'm OK

Surprise, surprise
You pay for what you get

Pay for what you get, Dave Matthews Band [ prima para ouvir ]


DMB no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, a 25 de Maio.
Vamos lotar aquilo para que eles regressem quanto antes!
 
post(o) por MF às 23:42
27.1.07
Não era de talhadas de melancia mas era talhado pela melancolia.
 
post(o) por MF às 17:13
26.1.07
O simples conceito é surreal: um portal online sobre o paradeiro de mortos famosos. Existe. É virtual. É sobre quem deixou de ser.

http://www.findagrave.com

Sabia que Eça de Queirós está sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa? E que Ella Fitzgerald jaz no Cemitério de Inglewood, em Los Angeles, nos Estados Unidos? Sabia que Leonardo da Vinci descansa no Castelo de Amboise, em França? Eu não. Passei a saber.

Está lá tudo. É uma espécie de páginas amarelas electrónicas de defuntos. Também vai pelos seus dedos, mais umas quantas teclas.

Sei que há peregrinações à campa de Jim Morrisson, em Paris. Também há excursões ao cemitério de Santa Comba Dão, para Salazar. Fazendo as contas, lembrei-me que o ramo do turismo do outro mundo, embora esteja pela hora da morte, é inédito. Com a ajuda do findagrave.com bastar-me-ia criar uns pacotes de férias, com hotel, pequeno-almoço, sauna, e excursão naqueles pequenos comboios de veraneio, por um ou outro cemitério. “Mortinho por descansar a todos os níveis?”, assim a quente, parece-me um óptimo slogan.

E porque é que o além não cria um serviço telefónico, complementar ao findagrave.com?

- Rê e Pê Comunicações, bom dia, em que posso ser útil?
- Bom dia. Gostava de saber o número da campa de Fulano Beltrano (nome fictício).
- Número da campa… de Fulano… Bel… Trano… Qual é a morada, por favor?
- Hum, boa pergunta… Acho que está no Cemitério de Alto de São João.
- … Não tenho qualquer registo com esse nome. Próxima informação, por favor.
- Homessa! É que estou a encomendar flores e não sei para onde as enviar. Faça, antes, uma busca pelo nome da esposa: Fulana Beltrano (nome fictício).
- Busca por… Ful… Ana… Beltrano… Existe um registo mas é confidencial.
- Ó diacho!
- Próxima informação, por favor.
- É tudo… É tudo… Obrigado…
- Rê e Pê Comunicações agradece o seu contacto. Bom dia”

Ou então, um serviço de contactos por telemóvel.

- Próxima informação, por favor.
- É tudo. É tudo.
- A Tê Emiene agradece o seu contacto. “Até já”.
- Nem Morto!
 
post(o) por MF às 17:52
25.1.07
O sonho de vida era deixar de imaginar coisas.
Chorou de frustração no seu funeral.
 
post(o) por MF às 17:27
24.1.07
Paris, França, 2004
© Marcos Fernandes

Sempre disse que o frio era psicológico.

Hoje, bate o dente mas não torce o braço.
Diz que está muito psicológico.

(prrrlam pxx)

 
post(o) por MF às 20:50
23.1.07
Não conseguiu casar amor com sexo.
Tinha a mulher da sua vida e uma mulher da vida.
 
post(o) por MF às 19:53
22.1.07
Coça o olho, trambolho, que tens um terçolho!

Foste pimpolho.
Hojé és zarolho.
 
post(o) por MF às 21:42
21.1.07
“Não há razão para que o bem não triunfe tantas vezes quanto o mal. O triunfo de algo é uma questão de organização. Se acaso existem anjos, espero que estejam organizados segundo as linhas da Máfia”.
Kurt Vennegut Jr, The Sirens of Titan
 
post(o) por MF às 12:54
20.1.07

Matinei ao sábado, com o balanço dos dias úteis. Ainda com um pé na indolência, foi a orelha a puxar-me aos poucos para a realidade. Escutava, em surdina, “aaAAiiii” e um cicio, “aaaaAAAiii” e um cicio. Era um “ai” carregado, à fadista. E a ladainha era repetida vezes sem conta. Soube-me desperto quando disse para comigo: “É sábado. Há praça aqui ao lado”…

Atentei nos rumorejos. Que vinham de uma feirante era ponto assente. Mas gritaria pela cueca bonita ou pela meinha da moda? Pelo queijinho de cabra ou pela chouriça alentejana? Pelo DVD da candonga ou pelo relógio Roldex? Apenas os “ais”, de dinâmica elevada, eram perceptíveis. Seriam estes para atrair clientela ou lamúrias pelo negócio fraco?

Imagino-me esta noite, num bar soturno, acanhado, e fumegante, entre copos e amigos, a ouvir a senhora da praça a cantar Barry White, acompanhada ao piano:

“aaaAAAI’ve heard people say that
aaaaAAAaiiii Too much of anything is not good for you, baby
aaaaaAAAAaaiii oooh nooooo


But aaaaaAAai don't know about that

There's many times that we've loved, ha, ha, haaii

We've shared love and made love
It doesn't seem to me like it's enough, ai

There's just not enough of it
Ai, ai, ai, there's just not enough

Oh, oh, babe, Ooohh, oohh, aaaii, aaii"

Uui! Que bom vai ser acordar tarde amanhã, no silêncio domingueiro.

 
post(o) por MF às 13:19
19.1.07
Era tão amador, mas tão amador, que não se revelava, nem tão pouco se expunha. Era demasiado sensível.
 
post(o) por MF às 19:53
18.1.07
Hyères, França, 1932
© Henri Cartier-Bresson / MAGNUM PHOTOS

A foto.
Alvissara-se quem tiver informações sobre Hyères.

 
post(o) por MF às 19:53
17.1.07
Diz que está na moda,
Diz que todos o dizem.

Diz que blá-blá-blá, diz que rebéu-béu-béu.

"Diz que sim.
Diz que disse".

Dito e feito. Dito efeito...

Mas evite diz-car! Prima!
Estamos em zerocentos, nova ronda, caramba!

Primo para que diga "caramba para quem diz que!"
 
post(o) por MF às 17:29
16.1.07
Na transformação nada se perde, nada se naturaliza, tudo se cria.
 
post(o) por MF às 21:44
15.1.07
Vamos ver o que saco para o blog.
 
post(o) por MF às 19:59